quinta-feira, 29 de maio de 2014

Museu do Doce

Futuro Museu do Doce em Pelotas

O Casarão 8 localizado na volta da Praça Coronel Pedro Osório mantém as portas abertas para a comunidade e espera a concretização do Museu do Doce


Casarão 8 / Foto: Leticia Mallie

Que o Casarão 8 é um patrimônio material em conjunto com outros casarões da cidade de Pelotas, não é novidade para quase ninguém. Mas nem todos sabem que o espaço é aberto à comunidade e realiza visitas guiadas por especialistas. O espaço sempre está cheio de atividades como: cursos, palestras, exposições, ensaio de coral e orquestras. Além de possuir uma livraria da UFPel e um café em um espaço tranquilo. Porém, a luta que vem de anos é conseguir sair da burocracia e concretizar o espaço também como o Museu do Doce.

Museólogo Matheus Cruz / Foto:  Leticia Mallie
O doce está em processo de reconhecimento pelo Instituto do Patrimônio Artísticoe Histórico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial nacional. O Museólogo Matheus Cruz, conta que foi realizada uma pesquisa desenvolvida desde 2007, considerando essa tradição doceira de Pelotas desde os doces portugueses até os doces de frutas que são feitos na colônia. 

A pesquisa é do Inventário Nacionalde Referencias Culturais e sugeriu para o (Iphan) esse tombamento enquanto patrimônio imaterial, porém é um processo longo. Mas ainda sim, a população pelotense reconhece essa tradição doceira como identificadora. “Reconhecendo fora daqui como pertencentes da cidade do doce” afirma o Museólogo.

O patrimônio imaterial é dinâmico, ele evolui com os anos, neste caso, a produção do doce também evolui e continua evoluindo. Matheus conta que a ideia da exposição é trabalhar diversas esferas, por exemplo, trabalhar com a religiosidade do doce, o doce como peça chave para o culto. Trabalhar as tradições familiares até a industrialização do açúcar vindo do nordeste. E é claro, contar um pouco da história das pessoas que reconhecem a tradição do doce e o que eles significam.
Livraria e café
Espaço Café / Foto: Leticia Mallie
Em outubro de 2013, a Livraria Café da UFPel foi inaugurada no Casarão e revitalizando o local e o debate acerca da produção acadêmica na cidade. Porém, o espaço está aberto para toda comunidade pelotense, e não somente para os acadêmicos. Quem quiser conferir os livros de autores regionais ou fazer um lanche no espaço café, o casarão fica aberto das 14h às 19h de segunda a sexta.

História
O Casarão 8 faz parte do conjunto arquitetônico tombado em 1977, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan). Situado na Praça Coronel Pedro Osório esquina Rua Barão de Butuí, em Pelotas, o Casarão foi projetado e construído pelo arquiteto italiano José Izella Merotti, em 1878. O prédio foi construído para servir de residência da família do Conselheiro Francisco Antunes Maciel (segundo Barão de Cacequi), filho do tenente-coronel Eliseu Antunes Maciel, casado com Francisca de Castro Moreira (filha do Barão de Butuí).

No período de 1950 a 1973, o Casarão serviu para a instalação do Quartel General da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada de Pelotas. No ano de 1973, recebeu a unidade da Superintendência para o Desenvolvimento da Região Sul (SUDESUL), extinta em 1990. Em 1976, a Secretaria Municipal de Obras e Viação passou a ocupar o prédio até 1978, quando a Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente passou a funcionar no local. Mais tarde o Casarão foi ocupado pela Cooperativa Habitacional dos Servidores Públicos Municipais. No dia 7 de dezembro 2006, o reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), César Borges, recebeu do secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Jairo Jorge, a confirmação de compra do Casarão 8.

Escute a explicação do Museólogo Matheus Cruz

Restauro
Restauro dos detalhes do teto / Foto: divulgação assessoria
 O prédio começou a ser restaurado no início de 2011, o projeto de restauro definitivo manteve todas as características originais do prédio e foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – Iphan, após longo período de análise. O prédio faz parte do Patrimônio Histórico, formando um conjunto arquitetônico em estilo Neoclássico juntamente com o Casarão 2 e 6. Ganha destaque na obra a riqueza de elementos arquitetônicos da fachada com ornatos em estuque, balaústres e estátuas em faiança.
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